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Agências de viagens "ixpertas"
Publicada em: 24/08/2023 16:08:34
Braztoa comenta modelo impraticável da 123 milhas e defende agências e operadoras
Fabiano Camargo, da Braztoa (Eric Ribeiro/M&E)
A Associação Brasileira dos Operadores de Turismo (Braztoa) divulgou, nesta quarta-feira (23), uma carta aberta ao mercado turístico, na qual comenta sobre o modelo de atuação da empresa 123 Milhas e as recém polêmicas sobre vendas de produtos turísticos e cancelamentos na concessão do serviço. No conteúdo publicado, a entidade explicou o funcionamento do sistema de vendas de tais produtos de forma idônea e defendeu as agências e operadoras, reiterando a seriedade de seus associados na condução das atividades comerciais.
“[…]Os associados Braztoa, na qualidade de Operadores e profissionais do turismo, não pactuam ou praticam este tipo de venda. Pelo contrário, efetuam todas as reservas para a viagem do cliente antes ou no momento do recebimento, de forma a garantir a disponibilidade de hotel na categoria desejada, bem como o valor e lugar do bilhete aéreo. O consumidor sabe, no momento da compra, exatamente o que está adquirindo[…]”, diz trecho do comunicado.
A entidade aproveitou ainda, a oportunidade para alertar aos consumidores sobre promoções com tarifas baixas de mais e tempo excessivamente distante entre a data da compra do produto e a realização da viagem. […] “Torna-se impraticável a venda de pacotes turísticos com valores demasiados abaixo do praticado pelo mercado, ou ainda, precificados muito futuramente, em especial para períodos em que sequer existem preços publicados ou disponibilizados para a venda, pois ao final serão os prestadores de serviços finais que informarão o valor mínimo do produto/serviço”, declarou.
Como exemplo, o documento cita as companhias aéreas que precisam fazer um inventário para a abertura de vendas, apontando que passagem vendidas com mais de 11 meses de antecedências são inválidas, já que as companhias ainda não passaram pelo balanço interno para a disponibilização do bilhete.
“Não raro, algumas empresas ao comercializarem dessa forma, ainda procedem com descontos de até 50% sobre os valores praticados pelas próprias empresas aéreas, tornando-se temerário o cumprimento da oferta/contratação. O risco deste tipo de negócio não é devidamente comunicado ao consumidor e não possui regulamentação legal, tornando-se, frisa-se, incerto o seu cumprimento”, analisa.
Leia abaixo, o conteúdo na íntegra disponibilizado pela Braztoa.
Braztoa: Carta aberta ao mercado
“A BRAZTOA – Associação Brasileira dos Operadores de Turismo, grupo que integra operadoras de turismo de todo o país, diante das últimas notícias e ocorrências envolvendo consumidores que contrataram viagens/serviços turísticos, vem a público registrar pontos importantes para uma comercialização sustentável em nosso setor. Destaca-se que nenhum de nossos associados está envolvido em tais matérias.
As Operadoras de Turismo, assim como as Agências de Viagens possuem dentre suas atribuições a intermediação de serviços/produtos turísticos ao consumidor, cuja prestação dos serviços contratada ocorrerá, via de regra, pelo prestador de serviços finais, a exemplo da hotelaria, aviação, traslados, passeios, dentre outras.
Dessa forma, para a maior parte dos produtos/serviços intermediados, tanto as Operadoras, quanto as agências de viagens estão adstritas à regras e valores repassados pelo prestador de serviços finais.
Logo, torna-se impraticável a venda de pacotes turísticos com valores demasiados abaixo do praticado pelo mercado, ou ainda, precificados muito futuramente, em especial para períodos em que sequer existem preços publicados ou disponibilizados para a venda, pois ao final serão os prestadores de serviços finais que informarão o valor mínimo do produto/serviço.
Um dos principais exemplos desta prática são as ofertas de passagens aéreas com mais de 11 meses de antecedência do embarque, quando as empresas aéreas ainda não abriram inventário para vendas, ou seja, sequer há serviço/produto disponibilizado para a venda.
Não raro, algumas empresas ao comercializarem dessa forma, ainda procedem com descontos de até 50% sobre os valores praticados pelas próprias empresas aéreas, tornando-se temerário o cumprimento da oferta/contratação.
Quando há a comercialização de produtos/serviços turísticos, com datas em aberto, como vêm ocorrendo em algumas situações, significa que, efetivamente, não existe reserva, confirmação de lugares ou garantia de valores no momento do pagamento efetuado pelo consumidor, pois isso tudo se dará no futuro.
Nesses casos, na prática o consumidor pode ter adquirido apenas uma expectativa de viagem, e não a viagem em si, o que poderá se revelar em prejuízos futuros. Reforça-se que em nenhum ramo de negócio existe milagre, ou seja, o consumidor deve desconfiar de empresas ou produtos turísticos com valores muito abaixo aos praticados pela média de preços do mercado, pois o que pode em princípio parecer uma vantagem, ao final, poderá ensejar prejuízo e frustração.
Os associados Braztoa, na qualidade de Operadores e profissionais do turismo, não pactuam ou praticam este tipo de venda. Pelo contrário, efetuam todas as reservas para a viagem do cliente antes ou no momento do recebimento, de forma a garantir a disponibilidade de hotel na categoria desejada, bem como o valor e lugar do bilhete aéreo. O consumidor sabe, no momento da compra, exatamente o que está adquirindo.
As autoridades e consumidores precisam estar atentos a empresas que seguem um modelo de negócio, com “venda a descoberto”, onde ofertam serviços/produtos que podem ser inexistentes ao tempo da venda. Tal situação merece maior atenção quando se trata de intermediação de produtos/serviços turísticos, como vem sendo noticiado, onde há a possível venda de expectativa de viagem a custos subestimados e irreais.
O risco deste tipo de negócio não é devidamente comunicado ao consumidor e não possui regulamentação legal, tornando-se, frisa-se, incerto o seu cumprimento.
As recentes notícias em torno das vendas de pacotes turísticos com datas em aberto não se aplicam a agências e operadoras de turismo que atuam de forma regular no mercado há anos, mas sim a um modelo de negócio que aparentemente se revela insustentável, pois baseia-se em projeções e não na real disponibilidade de serviços, prestados por um terceiro.
Tal modelo, ressalta-se, traz riscos que podem ensejar o não cumprimento aos serviços contratados. Portanto, este modelo de data flexível, apenas prejudica a imagem do setor e, principalmente, contém grandes riscos de lesar os consumidores. Portanto, ao contratar serviços/produtos turísticos, sempre verifique a idoneidade da empresa; a disponibilidade para a real data em que se pretende viajar e a média de preços do mercado, pois como dito, não existem milagres.
Por fim reiteramos que os operadores de turismo associados Braztoa continuarão a trabalhar de forma integra, cumprindo rigorosamente com a lei e dentro de condutas éticas, entregando aos agentes de viagens e passageiros a viagem devidamente oferecida e acordada.”
Fonte original: https://www.mercadoeeventos.com.br/_destaque_/agencias-e-operadoras-destaque/braztoa-comenta-modelo-impraticavel-da-123-milhas-e-defende-agencias-e-operadoras/
Publicada em: 24/08/2023 16:08:34 | Mais notícias | Voltar
Fonte: www.mercadoeeventos.com.br - Por Ana Azevedo em 23/08/2023 - 13:15