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Nova decisão do STJ isenta responsabilidade de agência de viagens
Publicada em: 06/10/2023 13:12:10
Nova decisão do STJ pode ser alavanca judiciária para agências de viagens e é a segunda vitória em um mês
Agências de viagens do Brasil têm mais um motivo para comemorar no que diz respeito à questão de responsabilidade solidária. Em um processo cuidado pelo Ministro Marco Aurélio Bellizze, da Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), decidiu-se que, após o cancelamento de um voo, apenas a companhia aérea arcasse pelos danos morais e materiais experimentados pelo passageiro.
"A vendedora de passagem aérea não responde solidariamente com a companhia aérea", aponta o magistrado em um trecho de sua decisão. "A Culpa é exclusiva da companhia aérea pelo descumprimento do contrato. Art. 14, § 3º, incisos I e II, do Código de Defesa do Consumidor [...]", acrescenta.
"Inicialmente, constata-se que na ocorrência da compra de passagem, não houve nenhum defeito na prestação do serviço contratado junto à sociedade empresária, pois as passagens aéreas foram devidamente emitidas, não lhe incumbindo a responsabilidade pelo efetivo cumprimento do contrato de transporte aéreo com a companhia", afirma o ministro, em outro trecho.
Cerca de um mês atrás, o Portal PANROTAS noticiou caso parecido, em que a Decolar reembolsou só valor de seu serviço ao cliente depois de o mesmo enfrentar problemas com a companhia aérea. Dessa vez, a decisão vem do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a instância máxima da justiça brasileira no âmbito infraconstitucional, o que, na visão do advogado Marcelo Oliveira, especializado no setor de Turismo, é ainda mais relevante.
"Diferentemente do caso da ViajaNet (Decolar), que já causou impacto, essa é do STJ, terceira instância, o que é muito forte, pois todo o mercado que trabalha e defende o agenciamento usará essa jurisprudência. E ela equilibra novamente e totalmente a responsabilidade do agenciamento"
Marcelo Oliveira, especialista jurídico de Turismo, da CMO Advogados
Em sua visão ao ler o processo, fica claro que existe ato de culpa exclusiva do transportador, no qual a agência não tem de responder e cai, portanto, a solidariedade para este tipo de situação.
"Confirmada a culpa exclusiva do fornecedor, como nesse contexto, não há que se falar em responsabilidade solidária da agência. É disso que o mercado precisa para alavancar juridicamente. É o trabalho pelo qual eu e as entidades que atendo vêm lutando para conseguir. Ou seja, é o entendimento do judiciário para fazer novas jurisprudências, novas sinalizações do mercado, para que cada player responda por aquilo que lhe compete, por aquilo que fez e faz", afirma Marcelo Oliveira.
Segundo o especialista, esta decisão do STJ já está sendo compartilhada no meio. "É uma confirmação de jurisprudência", conclui Marcelo Oliveira, que conta com um perfil no Instagram voltado a assuntos jurídicos no Turismo, o @Turisprudencia.
Fonte original: www.panrotas.com.br/agencias-de-viagens/mercado/2023/10/nova-decisao-stj-isenta-responsabilidade-de-agencia-e-pode-abrir-precedente_200301.html?utm_campaign=panrotas_news_-_edicao_04095&utm_medium=email&utm_source=RD+Station
Publicada em: 06/10/2023 13:12:10 | Mais notícias | Voltar
Fonte: www.panrotas.com.br - Rodrigo Vieira | 05/10/2023 13:16 | Atualizada em 06/10/2023 10:39